terça-feira, julho 08, 2008

Coração de Pedra

Ele deveria já ter se acostumado com o fim. Com a solidão e com tudo que vem com ela. Mas mesmo depois de tantos anos sozinho, sem ter conhecido ninguém que valesse à pena de verdade, sentia seu coração doer. Era como se tivesse arrumado os cacos de seu coração partido e colado com cola barata e mesmo tendo juntado tudo quanto pôde, ainda faltava um pedaço que nunca encontrou mesmo procurando por todos os lados. Depois, colocou o coração em uma caixa de pedra, trancou e jogou a chave fora. E cada vez que alguma coisa acontecesse, uma determinada música tocasse no rádio ou o pôr do sol fosse tão bonito que faltava o ar e seu coração queria bater mais forte, não conseguia, pois estava trancado dentro daquela caixa. E isso doía, tanto, mas tanto que não sabia mais como agir. Já tinha se acostumado com seu novo coração de pedra, ou pelo menos pensava que sim. E sentia que por mais que doesse quando ele tentava bater do jeito preso que estava mais dolorido seria se o deixasse livre e solto. Porque livre, ele poderia cair e quebrar de novo, e dor como essa ele não suportaria uma segunda vez.

9 comentários:

Anônimo disse...

(comentando deslogada por enquanto)
ehehe
aquii ée bem massa
adorei :)
meu blog eh:
www.imensidadx3.blogspot.com



;*

Ana Paula Vieira disse...

ele pensa q naum aguentaria novamente, mas todos sabemos q sim, amar dói, mas dói mto, soh q amar tb eh bom, melhor do q qualquer outra coisa, acho q sempre vale a pena correr esse risco pq sofrimento eh passageiro

Beeijos
=D

Carlos Howes disse...

Um tombo quando é muito grande gera alguns traumas... mas eu me lembro minha avó dizer que eles só podem ser solucionados se encarados.. o difícil é fazê-los... =(

Não é fácil por a mão perto do fogo depois de já ter se queimado uma vez... mas algumas tentivas bem-sucedidas podem levar-lhe alguma coragem.

beijo.

ariadne disse...

ahh, seu texto me prendeu de uma forma...
daqueles que a gente tem que ir até o fim
adoro o seu cantinho ^^

grande beijo

nina disse...

O texto me atinge de uma forma pessoal desde o título.
Ano passado, ganhei esse estereótipo: O de nunca se arriscar em nome do amor por falta de coragem e orgulho besta de sobra.

Anônimo disse...

Será que isso é mesmo uma solução?

O medo tem dessas coisas, mas não se deve deixar que ele suba à cabeça, ou desça ao coração.

Super Bond, já!

Bejo.

isabela. disse...

acho que mesmo a cola sendo barata, sempre vai dar pra colar.
mesmo que a gente pense que não.
é melhor deixar o coração fora da caixinha e viver, do que ficar temendo a próxima queda.
são inevitáveis.
(infelizmente)

beijo.

Xavier disse...

Pequena alteração do pronome né...

Bjus!

Átila Siqueira. disse...

Bom, se a intenção era tirar lágrimas dos olhos do leitor, tu conseguiste, então parabéns. Seu texto foi realmente intenso e lindo. Me lembrou um pouco Augusto dos Anjos e Álvares de Azevedo, os quais eu adoro.

E me desculpe pelo sumisso, mas agora, sempre que der voltarei a visitar-te.

Um abraço, Átila Siqueira.