segunda-feira, novembro 03, 2008

Endurecimento de alma

Percebo o que mudou com o passar dos anos. Não sinto mais tanta poesia, nem tanta fé como um dia já senti. Algo me joga de um lado para o outro, como em um furacão. Tento ver as coisas mais coloridas, fazer com que os cheiros doam no peito a saudade do que já foi, tento fazer das coisas reais um pouco fantasiosas para não me perder de vez. Me esforço em sentir com todas as forças tudo o que vem quado toca uma música bonita ou quando leio uma história que poderia ter sido minha, mas vejo cada vez mais as coisas se tornando realistas demais, práticas demais, sem tempo para o que poderia ser belo e simples, achando falta de tempo em ler um texto que poderia ter sido muito bonito em outra ocasião, achando que todas as histórias de amor, todas as palavras de saudades não passam de besteira, porque no final nada disso dura de verdade. Tenho me tornado uma pessoa cética, e isso me assusta. Parece que o coração que diziam ser de pedra e nunca foi, está finalmente endurecendo. E isso assusta. Como minha amiga diz, levantei um muro alto demais e não sei se terei coragem de destruí-lo de novo. Parece tão mais seguro do jeito que está. Mas de que adianta uma vida de números, cálculos, bens materiais? De que adianta continuar assim? Afinal, qual é o melhor caminho a seguir? Ser feliz, já não creio, eu só peço um pouco de paz.

12 comentários:

Doce&Vida disse...

O que vc escreveu hj, bate direitinho com td q estou sentindo...
mas vc parece mais forte do que eu..eu chego la...
beijos...

Garota Enxaqueca disse...

Guapa, vc já considerou que, simplesmente, está crescendo? Não veja as coisas tão negativamente... Digamos que você está aprendendo a dividir o que é real do que é fantasioso ao extremo...

Ah, sim... E números, contas e afins são necessários... muito necessários!


Besos, guapa...

PS. nada a ver com o seu post: Não sei qual foi a caquinha que eu fiz no layout que não consigo mudar a letra... Tem alguma idéia?

Fernanda Azevedo disse...

Rs... por isso que não abro mão do meu drama, tenho medo de não gostar de ser realista demais. Acho que vc tem 22, né? Pois é, dizem que depois dos 20, o tempo passa rápido demais, e eu concordo. Vc concorda? Vem o trabalho, as contas, a responsabilidade em estudar fica maior que o prazer em fazê-lo... parece que tudo vira obrigação, inclusive, amar. Amar as pessoas, amar a si mesmo, amar o planeta... tudo vem como ordem. E é um saco! Vai ver é isso, né não? Ah, não sei. Não queria que vc não visse mais poesia! E tbm não sei se devo ou se posso te ajudar, pq minha intuição diz que se vc não conseguir derrubar o muro, vai escalar e passar por cima dele... rs.

Um beijo :o)

Xavier disse...

Torno a dizer: Haverá equilibrio num corpo cujo cerébro engorda enquanto a alma padece em tamanha escassez?

E você sabe a resposta. Mas quem precisa de equilibrio? Somos duas desequilibradas! hauhauhau

Eu acho que o muro é de gelo. Um dia ele derrete, sem nenhuma ação sua, mas por simples mudança de clima.

love u!

Bjos

Jaya Magalhães disse...

Manda,

Se até o muro de Berlim foi derrubado, não vai ser esse teu que vai permanecer de pé. Não mesmo! Eu, proíbo.

Vou te contar que eu nunca sofri por amor, porque a verdade é que acho que nunca amei ninguém. Então não posso comparar nada, nem dizer que sei como você se sente, porque eu não sei mesmo. O que me resta é deixar você caminhar bonita pelas ruas de Sampa. E quando despencar do azul alguém disposto a desmontar tuas defesas, e você sentir que vale a pena, eu vou muito querer saber. Histórias de amor são belas pelas imperfeições que carregam.

Fica em paz. E vai.

Beijos muitos!

P.S.: Sobre a caixinha de links, é um código html que se adiciona ali, nas “gadgets” do blogger, no painel do layout. Quando a gente se encontrar no msn, te passo. Ok? (:

A Maya disse...

Sabe, eu já me senti assim.
Era um muro tão alto que com o tempo eu mal conseguia ver as coisas que estavam do lado de lá, entende?
Mas como a Jaya disse, um dia ele se rompeu. E é maravilhoso poder ver e sentir novamente.

Não digo que será com você exatamente como foi comigo, porque nem todos os muros são iguais. Há muros causados por dor de amor, muros criados por proteção contra o amor, e também aqueles nos quais nos fechamos simplesmente para crescer, conhecer mais de si mesmo, sabe?

Se algum dos seus for um destes, ou até nenhum, não sei. Só sei que desejo que enquanto os muros estiverem aí vc possa conhecer-se e descobrir uma maneira para que vc mesma pode quebrá-lo, quando assim desejar.

Um beijo!

Ivan Bittencourt disse...

Nossa...
sem palavras.
Profundo de verdade.

"Ser feliz, já não creio, eu só peço um pouco de paz."

Gostei disso. Parece com o livro que eu to escrevendo agora.

abraços
até mais

Laura Bourdiel disse...

Esse muro... sempre preocupando alguém. Não adianta, o trabalho é árduo mesmo. Começe a tirar tijolinho por tijolinho.

Mil besitos y besotes prá você viu!
¢¢*

Lu Santana disse...

como diz o renato: cada um de nós imerso em sua propria arrogancia, esperando por um pouco de afeição.

e é isso q acontece qdo chegamos aos vinte, perdemos nossas ilusões, somos forçados a derrepente aprender a andar de novo, sozinhos agora, começamos a descobrir que agora é todo mundo olhando para o proprio umbigo, sem se importar muito com o outro.

Ray disse...

E a paz ñ é irmã da felicidade?

E a nossa capacidade de sermos imensuravelmente mutáveis?

E os muros existem pra que? quebrar ou escalar ou ainda permanecer... a escolha é só sua!

Não se torne realmente cética... céticos são chatos! rs

Namastê!

Anônimo disse...

A realidade é dura e é insistente, e muito persistente. Quanto mais você cresce, mais ela se apresenta, mais os sonhos se destróem, mais vc toca o real, o palpável, o mundo que nao é nada cor de rosa, e nem tem cheio de jasmim. E as suas verdades vão caindo uma a uma, o que você achava impossível acontece, o que vc pensava possível não é. Cada passo um tropeço, cada momento um sonho espatifado, cada minuto de realidade, uma vida de ilusão se vai. E dói.
Bjos
Ly

manu disse...

já tentou assistir the wall do alan parker? acho que pode ajudar a compreender que não é só com você que acontece isso, mas que só depende de você para ver a situação de outra maneira ;)